sábado, 3 de abril de 2010

Avaliação da opção mais vendida do Ford EcoSport


O EcoSport foi uma grande sacada da Ford no mercado brasileiro: um utilitário esportivo totalmente urbano e com custo/benefício atraente. E, dentro da própria linha EcoSport, a marca teve outra boa ideia: a versão Freestyle.
Ela tem visual levemente mais aventureiro e vem bem equipada. Deu tão certo que, de série limitada em 2005, a configuração hoje ultrapassa os 50% de participação nas vendas totais do modelo no país.

A receita é simples. O EcoSport Freestyle tem apliques estéticos que tentam emprestar um jeito mais jipeiro e robusto ao utilitário esportivo compacto. A versão tem faróis escurecidos, rodas de liga leve aro 15 com desenho diferenciado e pneus de uso misto Pirelli Scorpion. Além disso, conta com detalhes na cor cinza nas carcaças dos retrovisores. O mesmo tom foi aplicado no interior nas saídas do ar e na manopla do câmbio, assim como por fora, nas molduras laterais e nas barras da grade frontal, novidades que surgiram no último e recente face-lift do utilitário esportivo, em fevereiro.

De quebra, o modelo passou a ostentar o próprio nome em letras bem separadas na ponta do capô.

A Freestyle ainda reúne um bom pacote de equipamentos. Estão lá ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico com vidros com sistema um toque, banco do motorista e volante com regulagens de altura, alarme, aviso de faróis acesos, entre outros. Nesta reestilização, a configuração ainda ganhou computador de bordo e quadro de instrumentos com novos grafismos, iluminação branca e aviso de portas abertas.
Outra novidade para toda a linha foi a chave tipo canivete com keyless.

O motor é o conhecido 1.6 flex, de 105 cv com gasolina e 111 cv com etanol a 5.500 rpm e torque máximo de 15,8/16,8 kgfm a 4.250 rpm. Com isso, o Freestyle parte dos R$ 57.190 – sem oferecer qualquer item de segurança, nem como opcional. Mas parece o suficiente para o modelo enfrentar seus demais rivais pseudo-off-roads, como Fiat Palio Adventure e Volkswagen CrossFox. E também para o Eco, lançado no distante ano de 2003, reinar sozinho ainda por um tempo. Até porque as marcas rivais demoraram a esboçar alguma reação. A versão jipinho do Chevrolet Agile deve chegar no fim do ano, enquanto o Renault Duster, SUV derivado do Logan, só no ano que vem. Mas esta vai ser uma briga provavelmente só para a segunda geração do Eco, prevista também para 2011.

Impressões ao dirigir

O Ford EcoSport Freestyle 1.6 cumpre bem o papel de ser um jipinho alto para desfilar no asfalto. E tem um desempenho condizente com a proposta. Os 111 cv do motor oferecem arrancadas apenas razoáveis, mas de bom tamanho para um uso urbano e para um veículo com mais de 1,2 tonelada. O motor não chega a responder prontamente ao pedal do acelerador e o zero a 100 km/h é feito em 13,8 segundos. As retomadas deixam ainda mais a desejar. O torque só é liberado em sua plenitude acima dos 4 mil giros. Ou seja, o propulsor demora a encher e as reduzidas de marcha se fazem necessárias para o modelo pegar força para fazer ultrapassagens ou encarar aclives.

O comportamento dinâmico do EcoSport, por sua vez, surpreende em alguns momentos. Apesar da altura, o modelo torce pouco nas curvas. E, mesmo em velocidades altas, não faz menção de desgarrar. Nas retas, a comunicação entre rodas e volante passa a ficar imprecisa a partir dos 140 km/h, perto da máxima de 160 km/h.
Nas freadas bruscas, o peso da traseira é sentido e o SUV da Ford tende a mergulhar além do recomendável.

Por dentro, a vida a bordo tem seus prós e contras. O espaço para cabeças é generoso, a posição elevada de dirigir dá uma boa noção do que ocorre fora do veículo e a ergonomia do modelo é muito bem pensada, com comandos ao alcance das mãos e ajustes de altura do volante e do banco. O espaço para pernas, porém, é sofrível como em qualquer compacto e o acabamento interno continua ruim, com materiais que aparentam baixa qualidade, encaixes mal feitos e rebarbas aparentes. No consumo, o modelo avaliado anotou a média, sofrível, de 6,4 km/l com álcool, sendo 2/3 do percurso feito na cidade.

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